domingo, 13 de fevereiro de 2011

o indicador CUB/m2

Informação é matéria-prima essencial na carreira de todos os profissionais. Quanto melhor a qualidade da informação, maiores as chances desses profissionais inovarem e conseguirem se destacar no mercado.

Pensando nisso, hoje gostaria de abordar um tema que todos já ouviram falar pela televisão, jornal ou mesmo quando vão buscar informações sobre financiamentos ou construção. Um indicador da Construção Civil muito usado, mas pouco conhecido em detalhes até mesmo por vários profissionais engenheiros, construtores e arquitetos. O Custo Unitário Basico (CUB/m²) foi criado em dezembro de 1964, através da Lei Federal 4.591, e se tornou um dos mais importantes instrumentos para o mercado imobiliário com o objetivo de determinar os custos dos imóveis, se tornando um indicador de custo setorial.

É através do CUB/m2 que esses profissionais conseguem obter uma primeira referência de custos dos mais diversos empreendimentos, bem como acompanhar a evolução desses ao longo dos anos, auxiliando no bom planejamento de uma obra. Ele representa o custo parcial de uma obra e não o global, pois não leva em conta os demais custos adicionais, e tem como objetivo básico disciplinar o mercado de incorporação imobiliária, servindo como parâmetro de custos para esse setor.

Com publicação mensal pelos Sindicatos da Construção Civil - Sinduscon de todos os estados, o CUB/m2 procura demonstrar a evolução dos custos das edificações de forma geral em cada região do pais, conforme o padrão de cada um desses empreendimentos.

A primeira Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a estabelecer os procedimentos técnicos para o cálculo desse índicador foi a NB-140:1965. Com as modificações e evoluções ocorridas nos processos construtivos, bem como da evolução na legislação urbana, houve a necessidade de adequar a norma a este desenvolvimento, surgindo assim a NBR 12721:2006.

Não abordaremos aqui o detalhamento da metodologia de cálculos ou informações detalhadas desse indicador como a família completa dos insumos utilizados, já que os mesmos foram muito bem tratados através de uma Cartilha criada pela Assessoria Econômica do Sinduscon-MG, que encontra-se disponível gratuitamente na internet no site desse órgão. Sugiro inclusive que todos os profissionais ligados de alguma forma aos negócios imobiliários como construtores, compradores de imóveis, incorporadores, engenheiros, arquitetos, orçamentistas, entre outros, leiam esse material na integra a fim ampliar o seu conhecimento nesse assunto. (site para download: www.sinduscon-mg.org.br).

O objetivo aqui é o de conhecer os principais termos utilizados na publicações como Projeto-padrão e sua caracterização.

A ABNT NBR 12721:2006, em seu item 3.3, define projetos-padrão como: “Projetos selecionados para representar os diferentes tipos de edificações, que são usualmente objeto de incorporação para construção em condomínio e conjunto de edificações, definidos por suas características principais:
a) número de pavimentos;
b) número de dependências por unidade;
c) áreas equivalentes à área de custo padrão privativas das unidades autônomas;
d) padrão de acabamento da construção e
e) número total de unidades.”

De acordo com a ABNT NBR 12721:2006, os projetos-padrão utilizados no cálculo do CUB/m² são os seguintes:

Projetos-padrão Residenciais

Padrão Baixo     Padrão Normal    Padrão Alto
     R-1                     R-1                    R-1
     PP-4                   PP-4                  R-8
     R-8                     R-8                    R-16
     PIS                     R-16

Projetos-padrão Comerciais CAL (Comercial Andares Livres) e CSL (Comercial Salas e Lojas)

Padrão Normal   Padrão Alto
        CAL-8          CAL-8
        CSL-8          CSL-8
        CSL-16        CSL-16

Projetos-padrão Galpão Industrial e Residência Popular

RP1Q
GI

A caracterização completa dos projetos-padrão é apresentada a seguir.

Caracterização dos projetos-padrão conforme a ABNT NBR 12721:2006



A ABNT NBR 12721:2006 possui outras tabelas com as especificações dos acabamentos utilizados em cada um dos projetos-padrão acima relacionados, assim como o Lote básico de insumos utilizados no cálculo do CUB/m².

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) calcula mensalmente  o CUB médio Brasil, com base nos resultados dos CUBs estaduais divulgados pelos Sinduscons de todo o pais, com o objetivo de acompanhar a evolução dos CUBs estaduais e regionais, bemcomodos preços de seus itens componentes.

Além de calcular o custo básico de uma obra, alguns profissionais utilizam esse indicador como parâmetro para a comercialização de seus projetos. Em alguns fóruns sobre Maquete eletrônica já cheguei a ver profissionais dizendo que cobra 1 CUB por uma maquete básica contendo duas vistas externas. Serve portanto como parâmetro para a cobranças de serviços que não temos uma idéia definida de quanto cobrar por um serviço (tema de um futuro post).

As tabelas a seguir fazem parte da publicação do CUB/m2 publicadas pelo Sinduscon-RN referente ao mês de Dezembro/2010. Não estou postando aqui o de janeiro pois até o presente momento ainda não foi publicado.




Espero que tenha sido informativo. Até a próxima!

Fontes: SINDUSCON-MG, SINDUSCON-RN, ABNT NBR 12721:2006

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